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Eu

Fé, Amor e tudo aquilo em que acreditamos só valerão à pena, se for capaz de nos transformar em pessoas melhores!
"Quando olho para mim, não vejo como me salvar, mas quando olho para cristo não vejo como me perder." (Lutero)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Deus Criou o Mal?

DEFINIÇÕES
Mal - Aquilo que é nocivo, prejudicial, oposto ao bem, à virtude, à honra, moléstia, enfermidade, calamidade, sofrimento, infelicidade, dano, estrago, imperfeição, algo contra o direito, contra a moral, contra a justiça e as boas normas, ausência do bem.
Teologicamente, mal é tudo o que é contrário à natureza de Deus.
Filosoficamente, mal é o uso incorreto de algo bom. Nada é mal em si mesmo. Uma faca pode ser usada para o bem ou para o mal. A água é indispensável à vida, mas pode ser usada para o mal
O mal não existe. O mal acontece. O mal não é um ser ou uma coisa. Não é concreto mas abstrato. Portanto, não é uma criatura ou uma criação. O mal é uma característica ou estado de um ser.
Se Deus tivesse criado o mal, ele não poderia condenar quem o pratica.
Se Deus tivesse criado o mal, sua luta contra o mal seria incoerente, uma contradição.
Se Deus tivesse criado o mal, Jesus não oraria para que fôssemos guardados do mal e nós não oraríamos para que Deus nos livrasse do mal. (Mat.6:13 Jo.17:15).
“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”.(Jeremias 29.11)
Algumas pessoas não admitem que exista algo sem que Deus tenha criado. Se pensarmos assim, atribuiremos a Deus a existência do pecado.
Quando na verdade o próprio homem escolhe pelo mal ou pecado.



Para o triunfo do mal só é preciso que os bons façam nada. (Edmund Burke)
“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aqueles que permitem a maldade.”
“O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.” (Albert Einstein)...
Nestes termos, seria insensato perguntar: por que Deus não criou um mundo perfeito? Por outro lado, considerando-se toda a maldade e horrores que há no mundo, poderíamos alterar a pergunta: por que Deus, sabendo pela sua onisciência que, se criasse um mundo, este seria inevitavelmente atingido pelo mal, e apesar de tudo o criou?
Este é o verdadeiro pano de fundo do dilema de Epicuro, e é esta a verdadeira questão com a qual todo cristão deverá confrontar a coerência de sua Fé. Esta Fé, com efeito, nos diz: Deus só nos criou por amor, com o único fim de tornar-nos partícipes de sua felicidade na vida eterna.
Para que nós possamos ser partícipes da felicidade divina precisamos existir, e existir como SERES FINITOS, porque só Deus é infinito, e nós somos criaturas e não Deus. Como seres finitos, por conseguinte contingentes, isto é, podemos existir e não existir; se existimos, o fazemos como seres que crescem e se realizam na história de sua liberdade, que também é uma LIBERDADE FINITA. Compreendemos então que para existir, como seres finitos e portadores de uma liberdade também finita, não podemos deixar de estar expostos a todas as ameaças inerentes à finitude, tanto às decorrentes de nossa liberdade finita, já que podemos fazer mal uso desta liberdade, como também não podemos livrar-nos das ameaças da própria natureza que, por ser criada, é também finita. Em qualquer um dos casos, o mal, em princípio, é inevitável.
Em resumo, para não me estender: dados os princípios, resta-nos tirar as devidas consequências: no plano humano da liberdade, o mal uso dessa liberdade por parte de homens e mulheres levou e continua levando a humanidade a todos os horrores e maldades que testemunhamos quotidianamente. No plano da natureza finita, estamos também sujeitos a mil e um fenômenos naturais que nos apavoram, muitos deles, aliás, frutos da incúria e da ação humana descontrolada sobre o meio ambiente, que faz a natureza revoltar-se e castigar-nos com todo tipo de desastres.
Enfrentar o mal implica suportar seu desafio mais extremo. Também não podemos contar com uma intervenção pontual de Deus, livrando-nos do mal, tanto do mal físico quanto do mal moral. Deus "não pode" eliminar o mal, por ser este o preço inevitável de nossa realidade finita e histórica. Do mal físico, porque Deus respeita a autonomia da natureza; do mal moral (o pecado), porque Deus respeita igualmente nossa liberdade, mesmo sabendo que, por serem livres, homem e mulher estão sujeitos ao mal uso da liberdade, daí a possibilidade real do erro e o risco da perversão.
A conclusão de todo este arrazoado se torna evidente: é simplesmente a NECESSIDADE INTRÍNSECA de nossa constituição como seres finitos, aí incluído todo o universo: ou somos assim, ou absolutamente não podemos ser. Em uma palavra de Fé, se Deus criando-nos, por amor e, portanto exclusivamente para nossa felicidade, não nos criou já simplesmente felizes, é simplesmente porque isso NÃO É POSSÍVEL, apesar da onipotência divina. Ou seremos seres contingentes e finitos, ou retornaríamos ao nada, porque somente Deus é infinito, é perfeito, é necessário.
Se fôssemos perfeitos, seríamos deuses, e isto é absurdo. Como quer que seja, o mundo, e nós nele, não constituímos uma engrenagem infinita de sofrimentos que, em última análise, deveríamos deixar para trás. O mundo e o destino humano são ambos positivos. O mundo é bom, apesar de todo o mal e todo o sofrimento que há nele e em nós, e é bom viver nesse mundo. Creio que ninguém quereria não existir. O nosso Deus, que é criador e Pai/Mãe, e que se manifesta em sua criação, mantendo-a no existir, dá direção e medida à ação de homem e mulher para tornar o mundo ainda melhor, pois somos CO-CRIADORES com Deus.

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